como escolher uma taça de vinho

Olá... aqui Julio Vino, sou sommelier ha mais de 10 anos e trabalho com vinhos a 15 anos. Tento mudar um pouco a elitização do mundo dos vinhos, trazendo mais pessoas a esse mundo maravilhoso, como? Trazendo informações com palavras e elucidações simples, sem nariz em pé e com muito prazer. Espero ajudar e estou sempre à disposição para perguntas. Eno abraços!!!

Se você se perguntar em um jantar que você irá oferecer e não sabe bem que taça escolher para o vinho servido, se esse detalhe faz mesmo alguma diferença, a resposta é sim!

Ao contrário do que pode parecer, a escolha de uma taça de vinho não é nenhuma frescura nem superstição de quem cultua a bebida de Baco, mas sim um fato cientificamente comprovado.

Você já deve saber que sentir o aroma de um vinho é parte crucial de sua degustação, certo?

Isso acontece porque as nossas papilas gustativas, presentes na língua, só têm acesso a uma gama muito simples de sabores:

• ácido;
• doce;
• amargo;
• umami;
• salgado.

Assim, todas as outras nuances mais complexas de alimentos e bebidas são detectadas não na nossa boca, mas nos receptores olfativos no fundo da nossa cavidade nasal.

É por meio do nariz, portanto, que conseguimos diferenciar um vinho frutado de um floral, por exemplo, ou aromas como madeira, terra, baunilha e chocolate, que para a nossa língua não são assim tão diferentes.

Como nossa cavidade nasal está conectada à boca, os aromas também chegam lá enquanto mastigamos e engolimos.

No caso dos vinhos, no entanto, para perceber diferenças sutis e apreciar ao máximo a bebida, o nariz acaba tendo um papel mais importante do que normalmente.

Agora entendemos o porquê de girar a taça e colocar o nariz lá dentro antes de dar o primeiro gole na bebida, pois o formato arredondado das taças de vinhos serve justamente para estimular a liberação dos aromas pela bebida e, ao mesmo tempo, prendê-los ali dentro do vidro, concentrando-os para serem sentidos em grande intensidade pelo nosso nariz.

Tanto as taças de vidro quanto as de cristal podem ser usadas a contento, a diferença entre elas é que o cristal é um tipo de vidro mais pesado, porque contém até 24% de chumbo e isso faz com que ele ganhe algumas propriedades especiais, como:

• Refração da luz;
• Maior capacidade de conservação da temperatura da bebida;
• Mais porosidade em sua superfície, contribuindo para quebrar as moléculas do vinho e liberar seu aroma.

Principalmente graças a essa última particularidade do cristal, ele é o material preferido dos enólogos profissionais para garantir uma apreciação completa do vinho.

Mesmo assim, as taças de cristal de vidro (com até 10% de chumbo) e mesmo simplesmente de vidro (sem chumbo) também são consideradas adequadas, apesar de não serem as melhores possíveis.

As taças ideais para servir os vinhos tintos são mais largas e “bojudas” do que as outras.

O motivo disso é a necessidade de aumentar a evaporação do etanol para deixar o sabor do vinho mais suave e, claro, seu aroma mais intenso.

 

Dentre os principais modelos de taças para vinhos tintos, podemos destacar as duas mais comuns:

  • Borgonha: com bojo bem grande e arredondado, ela é perfeita para vinhos mais leves,
  • como Pinot Noir ou Nebbiolo. O fato de não ser tão alta faz com que o vinho seja direcionado para a parte de trás da boca, realçando suas qualidades.
  • Bordeaux: tem o bojo mais alto, mas menos largo, e a boca mais fechada. Como ajuda a direcionar o vinho para a ponta da língua, contribui para destacar os sabores mais frutados e reduzir a acidez de vinhos mais tânicos e encorpados, como Merlot ou Cabernet Sauvignon.

 

Diferentemente dos tintos, os vinhos brancos devem ter menos contato com o ar e o ambiente a fim de manter suas temperaturas mais baixas.

Entre os dois principais tipos, vale a pena conhecer aquelas feitas para:

  • Chardonnay: as taças de Chardonnay são as maiores entre as taças para vinho branco. Elas têm o mesmo formato das taças Borgonha, mais bojudas e arredondadas, mas são menores.
  • Sauvignon Blanc: são mais altas e estreitas, minimizando o contato do vinho com o ar, mantendo sua temperatura e ajudando realçar seus aromas frutados.

 

Os vinhos rosés são especiais porque possuem a leveza e os aromas frutados dos vinhos brancos, e em alguns casos mantém uma leve complexidade e taninos dos vinhos tintos.

Assim, as taças usadas para degusta-los também são pequenas para mantermos baixas temperaturas neles e têm o bojo mais largo para equilibrar acidez e doçura.

Quem não tiver taças específicas em casa, é só servir nas de vinho branco, escolhendo aquelas mais ou menos bojudas.

Para os vinhos espumante aposte sem medo na taça do tipo flauta, ou flûte.

Seu formato fino e comprido faz com que a espuma e a perlage durem mais tempo e fiquem mais bonitas.

Outra opção é a taça de espumante vintage , aquela que constantemente aparece nos filmes de época.

Ela é ótima para os espumantes mais maduros, que precisam de mais espaço no bojo para liberar seus sabores e aromas mais complexos.

 

Os vinhos fortificados ou de sobremesa também têm taças especiais, feitas só para eles.

Sua característica mais importante é o tamanho e a altura: elas são menores, porque tomamos esses vinhos em doses reduzidas, e mais altas e estreitas, de modo a destacar os sabores e aromas.

As taças mais usadas para os vinhos doces são as de:

  • Porto: pequena, com bojo alto e estreito e cabo curto;
  • Vinho de sobremesa: ainda menor e de boca estreita, mas com o bojo um pouco mais largo, quase triangular. Ela permite que o vinho seja girado sem se derramar e contribui para conservar sua temperatura baixa, realçando a acidez e balanceando sua doçura.

 


 

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