Dia 17 de abril é Dia Mundial do Malbec, uva de origem francesa que se deu bem em terras argentinas e se tornou reconhecida mundialmente, especialmente no Brasil”.
“Quando o empresário argentino German Garfinkel chegou ao Brasil há cerca de 30 anos, o gosto dos brasileiros ainda era por vinhos suaves adocicados. Mas, uma variedade argentina começou a aparecer no comércio e agradou aos paladares ainda novos para os tintos secos. Era a malbec, uma uva de origem francesa que se deu melhor na terra dos nossos hermanos do que na própria Europa, se tornando uma identidade nacional reconhecida mundo afora.”
“O reconhecimento dela é tão grande que até foi criado um dia específico em sua homenagem, o Malbec World Day, comemorado nesta quarta-feira (17) com ações e promoções em vários países – no Brasil, inclusive (veja mais abaixo algumas das ações). Aliás, a malbec foi tão bem aceita que 65% dos vinhos argentinos consumidos no Brasil são feitos com a uva, sejam eles varietais (com apenas uma casta) ou assemblages (vários cortes).”
“Foi na região de Mendoza, aos pés da Cordilheira dos Andes, que a uva malbec começou a se desenvolver na Argentina.
“German conta que os brasileiros gostaram dela por conta do passado acostumado a vinhos suaves. A malbec, segundo ele, tem características como um tom frutado e leve que agradam aos paladares daqui, com um teor alcoólico que dá uma sensação de suavidade.
“É um vinho sem erro, do tipo que você chega num restaurante e pede sem medo de harmonizar. E isso os brasileiros sabem bem, e se preocupam muito na hora da escolha. A malbec é uma uva muito versátil, e seu vinho cai bem com qualquer prato em qualquer ocasião”, explica o especialista que já atuou na implantação de vinícolas na França, Portugal e Argentina.
Ele considera que os brasileiros vivem uma ‘febre do malbec’, de tanto que o consomem. Na verdade, não só aqui no Brasil, mas no mundo todo. German diz que os brasileiros conhecem mais sobre o vinho do que os próprios argentinos, e conta que se surpreende com isso.
“Às vezes eles chegam numa loja ou numa bodega da Argentina e começam a perguntar, a questionar particularidades do vinho que eu mesmo não sei responder. É impressionante como conhecem tanto sobre ele”, diz o empresário. Isso se dá não só pelo gosto, mas também pelo preço – é possível encontrar bons rótulos a partir de R$ 24.”
“Pedro Marotta, cônsul da Argentina no Paraná, conta que os brasileiros aprenderam a gostar dos vinhos malbec não apenas pela semelhança com os vinhos produzidos pelos primeiros colonos. Assim como os hermanos, a harmonização com a carne na parrilla e no churrasco também foi um dos motivos.
“É uma questão cultural, com a carne representando a Argentina e harmonizando com o malbec. Foi se tornando parte da identidade nacional, e se espalhando por todo o país desde Salta até Neuquén e além, até a Patagônia”, explica.”
“German Garfinkel criou alguns dos vinhos que figuram entre os mais vendidos em sites especializados do Brasil, como o Partridge e Finca La Daniela. Foto: divulgação.”
“Responsável por criar alguns dos vinhos argentinos mais vendidas no Brasil, como o Partridge da vinícola Las Perdices e o Finca La Daniela da Bodega Barberis, German conta que a história com a malbec começou há mais de 100 anos.
A uva natural da região francesa de Cahors, próxima à Bordeaux, foi levada à Argentina em meados do século 19 durante o ataque da praga Filoxera aos vinhedos do país (ela secava os frutos, acabando com a produção). O enólogo francês Michel Aimé Pouget plantou a malbec nos campos de Mendoza, e a viu se adaptar perfeitamente ao solo e ao clima da região.
“De lá para cá, a malbec se desenvolveu em tantas cepas e clones que é possível produzi-la nos mais diferentes terroirs (o conjunto de fatores que forma o gosto e o aroma do vinho). A Argentina tem excelentes vinhos desde 500 metros de altitude a até mais de 2.400 na Cordilheira dos Andes. Tem malbec até mesmo na Patagônia, onde as temperaturas chegam perto de zero grau no inverno”, explica.
Segundo o Instituto Nacional de Vitivinicultura da Argentina, os campos do país têm características muito peculiares que ajudaram no desenvolvimento da malbec – o clima desértico de solo seco com alta irradiação solar, além da altitude e amplitude térmica (dias quentes com noites frias).”
“German diz que muitos especialistas chegaram a acreditar, no passado, que a malbec era apenas uma moda entre os vinicultores e logo passaria. Mas a casta ficou, mesmo com todos os problemas político-econômicos vividos pelo país desde a metade do século passado.
O cônsul da Argentina em Curitiba explica, ainda, que a produção de vinhos malbecs alcança a cifra de 103 milhões de litros ao ano, a maior produção do país. Desse total, apenas 15% é exportado – e ainda assim alcança a longínqua China com 2,6 milhões de litros.
“Embora os brasileiros gostem muito dos malbecs argentinos, o país não é o maior consumidor (são 7,1 milhões de litros ao ano). A gente enfrenta a concorrência dos vinhos chilenos, que ganham vantagem por conta do preço. Mas, ainda assim, é mais fácil os brasileiros lembrarem de marcas argentinas do que de qualquer outro lugar”, conta Pedro Marotta. O maior consumidor dos vinhos argentinos é os Estados Unidos, com 37 milhões de litros, seguido pelo Reino Unido e pelo Canadá.”
“O sommelier Ronaldo Moraes, da Adega Municipal do Mercado Municipal de Curitiba, conta que os vinhos malbecs argentinos estão entre os mais vendidos no dia a dia, e mais bem classificados em competições internacionais quando comparados aos produzidos no Chile e no Uruguai. Os dois países também tem características semelhantes de solo e clima.
Na adega, entre os mais procurados estão o Luigi Bosca 2014 (R$ 89,90), o Nieto Senentiner DOC 2015 (Denominação de Origem Controlada com mais tempo de envelhecimento, 12 meses) a R$ 69,90, e o Finca La Linda 2017 (R$ 75,90). “É uma questão de paladar, desde os vinhos mais jovens aos mais robustos, com mais tempo de envelhecimento”, explica o sommelier.”
Dia do Malbec
“De coloração intensa, o malbec tem aromas que lembram frutas vermelhas e ameixas maduras, com uma leve variação de acordo com a região em que é produzido. Foto: divulgação.”
“O Malbec World Day atualmente é comemorado em mais de 100 representações diplomáticas da Argentina pelo mundo, a maior parte delas no Brasil. Mas há também ações realizadas nos Estados Unidos, China, Japão, e países da América Central e da Europa.
Veja algumas das ações promovidas no Brasil até o fim do mês:
– São Paulo
Durante todo o mês de abril, algumas das lojas das redes de supermercados Pão de Açúcar e Oba realizam promoções de vinhos malbec com até 30% de desconto
– Curitiba
No dia 17, o Consulado da Argentina em Curitiba promove uma degustação de malbecs com a participação de 20 vinícolas do país, além de apresentações culturais. Será no Graciosa Country Club para convidados.
– Recife
Também no dia 17, o Consulado da República Argentina em Recife realizará uma degustação de vinhos malbecs com um show de tango e promoção de carnes preparadas na parrilla.
– Rio de Janeiro
No dia 24, o Consulado Geral da Argentina no Rio de Janeiro realizará uma degustação de Malbec para um público especializado, com a participação de importadores. Durante a noite serão apresentadas as expressões artísticas da Argentina, das 19h às 21h30 na Praia de Botafogo. A participação é apenas para convidados.
Também já foram realizadas ações em Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).”
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