Espumantes Brasileiros

Olá... aqui Julio Vino, sou sommelier ha mais de 10 anos e trabalho com vinhos a 15 anos. Tento mudar um pouco a elitização do mundo dos vinhos, trazendo mais pessoas a esse mundo maravilhoso, como? Trazendo informações com palavras e elucidações simples, sem nariz em pé e com muito prazer. Espero ajudar e estou sempre à disposição para perguntas. Eno abraços!!!

Ao beber um espumante brasileiro entendemos claramente o motivo pelo qual, para vários especialistas, a verdadeira vocação de nosso Terroir é a produção desse tipo de vinho.

A  comprovação são as várias  medalhas de ouro em vários concursos dos mais importantes pelo mundo.

Também avaliações de renomadas revistas como americana Wine Enthusiast que em 2015 incluiu a uma vinícola nacional na categoria New World Winery.

A “classificação” posicionou o Brasil como referência entre os produtores de espumantes considerados “tops” do novo mundo.

No Brasil, assim como em todo o resto do mundo, utilizamos  dois métodos: Charmat ou Champenoise, dependendo do tipo de espumante que pretendem produzir e de outros fatores que influenciam a escolha do método, tais como matéria prima (uva) e faixa de precificação, já que o método charmat é menos dispendioso, o tornando mais barato.

Podemos ter um charmat curto, com cerca de 3 meses de tempo com as borras ou um longo, com cerca de 8 ou mais meses.

Há algumas décadas, viticultores descobriram que na região sul do Brasil tem solo e clima muito propícios para a produção de espumantes, como calor em boa medida, chuva em bons momentos e relevos acidentados, além de outros fatores, e de lá para cá, as vinícolas passaram a investir maciçamente em tecnologia e conhecimento para melhorar a qualidade dos espumantes brasileiros. O resultado é surpreendente: espumantes cada vez melhores, aumento do consumo e da produção.

O vale dos vinhedos abriga grande parte dessa produção, porém não é só da Serra Gaúcha que provém os bons espumantes brasileiros, mas de todo o Rio Grande do Sul e de outros estados do país, como a vizinha Santa Catarina e Pernambuco, no Nordeste brasileiro que abriga um “Terroir” muito peculiar, no paralelo 8º Sul, com duas colheitas ao ano: O Vale de São Francisco!

Fazendo parte dos territórios de Pernambuco e da Bahia, o Vale de São Francisco  possui um clima muito quente, tropical semi-árido, o que  nos proporciona espumantes moscatéis cremosos e exuberantes, de acidez moderada e de grande presença em boca.

Santa Catarina, é quase o oposto do Nordeste, com altitudes que chegam a 1.400 metros e temperatura baixa. A colheita por lá é até 4 meses mais tarde que no Rio Grande do Sul e as uvas chegam à grande maturidade, mantendo alto nível de acidez.

As uvas mais utilizadas são a  Chardonnay e Pinot Noir, entretanto podemos ver  Cabernet Sauvignon e a Merlot em alguns produtos,  originando espumantes fresquíssimos, de acidez  e estrutura perfeita.

Se você ainda não bebeu um espumante brasileiro, o faça, não haverá arrependimentos.

 


 

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