É com muita honra e orgulho que escrevo esta matéria!
Só quem teve contato com esse talentoso profissional, compreende o que é ser uma pessoa do Bem.
E poder falar um pouco e compartilhar com vocês as histórias do meu mestre da ABS – Associação Brasileira de Sommeliers é motivo de grande satisfação!
Afinal, são duas trajetórias que se cruzam em um blend bem equilibrado: de um lado a ABS, que conseguiu romper barreiras e apostar em um segmento onde outros não tiveram coragem, apresentando o Brasil ao cenário vitivinícola mundial, fortalecendo a imagem de nossos produtores e seus vinhos, dia após dia, taça após taça!
De outro, um profissional dedicado, que dentre outras tantas atividades, é o atual Presidente da ABS-SP, Diretor-Executivo da ABS-Brasil, editor do website Artwine (www.artwine.com.br), consultor de vinhos, jornalista, palestrante e professor do Curso de Formação de Sommeliers e Profissionais. Pediatra de formação, atuou por 30 anos na Medicina e desde 2008 dedica-se integralmente ao estudo e disseminação da cultura de vinhos no país!
Um apaixonado pela vida e por vinhos …
Abasteçam suas taças porque nossa entrevista é com o sommelier Arthur Piccolomini de Azevedo!
CV – Quando você se deu conta de que o vinho estaria definitivamente em sua vida?
AA – Foi por volta de 1998, quando completei toda minha formação na Associação Brasileira de Sommeliers-SP e concomitantemente iniciei minha carreira como profissional do vinho, trabalhando como consultor para a TAM Linhas Aéreas, onde tive a honra de trabalhar sob a direção do Comandante Amaro Rolim
CV – Como surgiu a ideia de se criar uma Associação ligada ao estudo de vinhos no país e desde quando você atua diretamente na ABS?
AA – A Associação Brasileira de Sommeliers foi criada no Brasil em 1983, por Danio Braga, um renomado chef de cozinha italiano, radicado no Brasil. Em 1989 foi fundada a ABS-SP, por um grupo de aficionados, entre eles Ciro Lilla, Mario Telles Jr., Jorge Lucki, Antonio Lapa Silveira, Clovis Siqueira, Henrique Legrande, entre outros. Atuo diretamente na ABS-SP desde 1996.
CV – O curso de sommelier da ABS é muito mais que um curso exclusivo de vinhos. O aluno que faz esse curso adquire conhecimentos sobre quais outras bebidas e segmentos?
AA – Atualmente o Curso de Formação de Sommeliers e Profissionais da ABS-SP tem a duração de 2 anos e meio (30 meses), sendo dividido em 3 módulos. O primeiro se denomina Fundamentos do Vinho, o segundo Países e o terceiro é o de Serviço e Assuntos complementares, onde o futuro sommelier aprenderá outros assuntos relacionados ao seu futuro trabalho, tais como água, cervejas, charutos, queijos, coquetéis, destilados, chás, chocolates e conhaques, além de ter aulas práticas do serviço do vinho em procedimentos como abrir garrafas, decantar um vinho, abrir um espumante e muito mais.
CV – A ABS começou suas atividades em 1989 e durante todos esses anos até hoje, o mercado de trabalho e a economia oscilaram bastante. Quais as principais mudanças que você destacaria relacionadas ao perfil dos alunos da ABS, desde sua fundação?
AA – Hoje temos um perfil de alunos muito bem definido e dividido em diferentes segmentos. Temos profissionais que já trabalham com vinho em busca de novos conhecimentos e aperfeiçoamento, pessoas de diferentes profissões que querem trabalhar com vinho e pessoas que querem conhecer o mundo dos vinhos em profundidade para seu puro prazer e para melhor aproveitar suas viagens de enoturismo.
CV – Qual sua análise em relação ao mercado de trabalho para o sommelier atualmente?
AA – Para os bons sommeliers o mercado é muito promissor, uma vez que o mercado de trabalho não se restringe ao trabalho em restaurantes. Há oportunidade de trabalho em lojas especializadas, importadoras, em consultoria independente e muitas outras frentes de trabalho. Nossos alunos conseguem se encaixar, na maioria das vezes, tão logo terminam o curso.
CV – Em relação a produção de vinhos no Brasil, você considera que já estamos prontos para enfrentar a concorrência internacional? Até que ponto os inúmeros rótulos brasileiros premiados no exterior podem influenciar favoravelmente os vinhos nacionais?
AA – Seria muito bom que estivéssemos preparados para enfrentar a concorrência internacional de igual para igual, mas isso ainda não é a realidade da maioria dos casos. Temos alguns vinhos tintos de excelente qualidade, produzidos tanto por vinícolas tradicionais quanto por novas e instigantes vinícolas, mas isso ainda é em pequena escala. Os espumantes brasileiros são muito bem aceitos em todo o Brasil e isso é um ponto altamente positivo. Quanto a medalhas obtidas em concurso a influência é muito pequena, até porque o público não dá muita importância a esse tipo de evento.
CV – O Brasil sempre teve uma forte tendência ao consumo de cervejas, fatos constatados em razão do clima, preço da bebida e desconhecimento em relação ao vinho, principalmente. Você acredita em uma mudança gradativa de consumo direcionada ao vinho? O que julga necessário que se faça para que a bebida vinho tenha mais representatividade no mercado?
AA – Muito difícil que isso aconteça, por várias razões. O Brasil é um país de dimensões continentais e sem nenhuma cultura relacionada ao vinho. O clima não ajuda na maior parte do país e os preços, fruto dos escorchantes impostos praticados sobre o vinho, menos ainda. Para aumentarmos nosso consumo per capita, teríamos que trabalhar na educação em vinhos e, principalmente, diminuir o preço dos vinhos, como um todo.
CV – Como você avalia o comércio eletrônico de vinhos? Deixou de ser apenas uma novidade para tornar-se de fato um meio bem sucedido de vendas? Complementando: você acredita que o consumidor brasileiro já se adaptou a esse recente canal de vendas (cerca de dez anos) ou não?
AA – O comércio eletrônico de vinhos é um canal importante, que ainda precisa ser melhorado. Diversos problemas afetam esse tipo de venda, desde a oferta de vinhos de qualidade duvidosa, até as dificuldades de logística, que não são poucas.
CV – Arthur, conta prá gente: você tem preferência por alguma uva ou vinho em especial?
AA – Não, depende do momento, mas confesso que os vinhos das uvas rieslings e os pinot noir levam alguma vantagem sobre as outras uvas.
CV – Durante todos esses anos visitando países, vinícolas e produtores, dentro e fora do país, você teria algum fato marcante ou pitoresco que possa compartilhar com a gente?
AA – São muitos os fatos interessantes, tantos que seria muito difícil enumerá-los. Ressalto que as experiências de viagem são sempre enriquecedoras e muito agradáveis de se recordar, além de fornecer subsídios valiosos para quem, como eu, ministra aulas de diferentes assuntos.
CV – Finalizando, quais conselhos daria para quem ainda não se aventurou no mundo dos vinhos, mas gostaria de fazê-lo … por onde começar?
AA – Comece por um bom curso de vinhos, que pode ser o Básico da Associação Brasileira de Sommeliers em todo o Brasil, depois partindo para algo mais aprofundado, como nosso Curso de Formação de Sommeliers e Profissionais, com o perdão pela falta de modéstia.
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